Eu recosto-me na minha cadeira e ponho um cigarro nos lábios para calar o meu monólogo. Resolvo pensar em forma de palavra escritas e chego-me ao teclado.
Quinta-feira, 9 de Fevereiro de 2006
Requiem para um amor

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A tua respiração ainda não abandonou os meus lábios.Ris ao colher uma rosa de encanto no jardim dos deuses. Passeias na soberana casa da tua beleza, sublimas em fogo os bosques em que passas. As tuas pestanas lançam o ar em pequenas rajadas de perfume. Planas sob o corpo da lua que se perverte de inveja partindo-se em mil pedaços  de  luz. Rainha  das estrelas  ascendentes, dormes na nudez  da minha noite, imperiosa bruma do pensamento da manhã, hino da primavera. Revela-te na química da liberdade que guias como a flecha de fauna que espalhas na minha presença. Venero a tua perfeição e corpo de luz, sonho humano que se revela uma única vez. Todos os mares se deitam aos teus pés quando pela areia percorres o abraço da madrugada. Mais bela que os sentidos permitem conceber, somas nos meus olhos a tua alma. Ninfa de humores caprichosos, corça arisca da floresta  encantada, presa  que  ajoelha o predador. A ti sublimo em pecado mortal, doce anjo voador que concebe a morte do pensamento. Dá-me a tua imortalidade ou então, sacrifica-me já no teu leito de sedas...



publicado por Blogarto às 20:07
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